A CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas calcula que houve 375.633 grampos em 2007. O número é baseado em dados das operadoras. A média é de mais de mil interceptações a cada dia.
A análise dos dados revelou irregularidades explícitas, como grampos determinados por varas de família. Também foram dadas ordens para interceptações por período superior ao limite de 15 dias. Há casos de grampos contínuos por 190 dias, sem os devidos pedidos de prorrogação na Justiça.
O levantamento é a espinha dorsal da investigação da CPI, que apontará o abuso na utilização do instrumento de investigação, segundo o presidente da comissão, deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB-RJ).
O número contrasta com as declarações do corregedor do Conselho Nacional de Justiça, Gilson Dipp, responsável por elaborar um cadastro dos grampos no país. Com base em informações recebidas pelo CNJ, Dipp afirmou que o número de escutas foi "infinitamente menor" do que dizia a CPI dos Grampos.