quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Dissimulação

Com um discurso cheio de mea-culpas e insinuações de que seu adversário deveria desistir da disputa, o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) contrariou o que vinha dizendo há cinco meses e oficializou ontem, após almoço da bancada do partido, sua candidatura à presidência do Senado.

Em sabatina realizada pela Folha em agosto passado ele fora taxativo: "O que posso adiantar é que não serei candidato. Não quero ser presidente de nada". Depois disso, repetiu o discurso a senadores, ministros e ao presidente Lula, a quem em quatro ocasiões afirmou que não estaria na disputa.

Ontem, ao formalizar que mudara de ideia, ele alegou que não poderia pensar no próprio bem-estar, abdicando de "prestar um serviço para o país", e citou a crise financeira como uma das razões para a candidatura. "Não queria, resisti, mas eu acho que é importante a minha candidatura num momento como esse em que há uma crise mundial", afirmou.