quinta-feira, 21 de maio de 2009

Clínica é condenada por provocar ereções demasiadamente duradouras

Uma clínica argentina para o tratamento de problemas sexuais foi condenada a indenizar em US$ 80 mil a esposa de um empresário que morreu de infarto depois de sofrer por três anos com danos no pênis provocados por ereções permanentes.

A má prática médica causou "o total desequilíbrio psicológico do paciente", que tinha 44 anos - escreveu o juiz Luis Plana Alsinet, da 9ª Vara Cível da cidade argentina de Mendoza, em uma decisão judicial. Pelo sistema legal argentino, o nome das partes não poderá ser divulgado.

A indenização foi fixada em 300 mil dólares, mas o fator de correção monetária será o dólar - é um hábito da jurisprudência da Argentina, para enfrentar a corrosão de sua moeda, o peso argentino.

Há dez anos, o homem sofria com problemas de ejaculação precoce e, por isso, procurou a clínica, "entusiasmado pela forte e insistente publicidade que aparecia em toda a mídia", para o tratamento de problemas sexuais.

A prova processual revelou que o paciente recebeu, no centro médico, uma injeção de 30 mililitros de uma substância, o que lhe provocou uma imediata "ereção total do pênis" que cedeu só 12 horas depois. Apesar desse inconveniente inicial, o homem - aconselhado pelos próprios profissionais do instituto, decidiu continuar com o tratamento.

Depois de uma segunda injeção de 20 mililitros da mesma substância, 15 dias depois, o paciente voltou a sofrer "priapismo", o termo médico utilizado para designar a ereção sustentada e dolorosa do pênis com mais de quatro horas de duração.

A prova revelou também que os médicos administraram aspirinas e gelo ao paciente e o fizeram fazer exercícios físicos sem conseguir reverter o priapismo. Por isso, ele foi levado a uma clínica de Buenos Aires, onde foi submetido a uma cirurgia.

Entretanto, a operação "não conseguir retroceder os efeitos nocivos definitivos que o priapismo tinha produzido", registra o juiz, baseado no diagnóstico dos médicos.

O magistrado Plana Alsinet assegurou que "o paciente sofreu uma impotência sexual absoluta e também danos emocionais, psicológicos, morais e materiais, tudo repercutindo diretamente em sua relação familiar, especialmente com sua esposa e suas duas filhas".

O homem morreu de infarto em 2002 "possivelmente por toda a problemática que atravessava", admitiu o juiz. (Com informações do jornal "Los Andes", de Mendoza, e do Espaço Vital, de Porto Alegre-RS)